Às margens do Rio Paraguai, a quase 220 quilômetros de Corumbá, rio acima, em direção ao estado vizinho, Mato Grosso, na região da Serra do Amolar, no local conhecido como Barra do São Lourenço, está instalada a base avançada da Serra do Amolar, uma das mais emblemáticas da Operação Pantanal, em funcionamento desde maio do ano ado. Os militares mantiveram as atividades sem interrupção, para transformar a casa – onde funcionava a escola do local – em um ponto de apoio seguro, além de ter possibilidade de atuação rápida no trabalho de controle e extinção das chamas.
A presença contínua dos Bombeiros na região traz a sensação de proteção para os moradores, que podem sempre contar com o apoio dos militares. A pantaneira Vicentina Íris de Souza, de 68 anos, diz que se sente segura com a presença dos bombeiros na comunidade.
“Se a gente precisa de alguma coisa eles estão sempre prontos. Eu achei muito bom eles aqui. Eles socorrem a gente no que podem, a gente também socorre no que podemos. Meu marido fez uma cirurgia e não consegue segurar o machado, mas os bombeiros estão aqui do nosso lado, e trouxeram a motosserra. É uma diferença grande que faz na vida da gente. Eu me sinto maravilhada”, disse a senhora enquanto a equipe que atua na base avançada colaborava com o corte de lenha.
Se para os moradores, a presença dos militares faz diferença, para os Bombeiros também não é diferente. Tatiane Dias, tenente-coronel do CBM-MS, afirma que a interação com a comunidade é enriquecedora. “Quando estabelecemos as bases avançadas, inicialmente pensou-se nas atividades de prevenção aos incêndios florestais, educação ambiental, e diminuir o tempo de resposta, trazendo a estrutura para mais próximo. Mas a riqueza da interação com essa comunidade local, ela é muito maior, ultraa qualquer estratégia desenhada para essa região. Acaba sendo muito maior do que qualquer atividade de resposta. Interagir com a comunidade faz toda a diferença”, afirma.

A instalação desta e das outras dez bases avançadas em todo o Pantanal sul-mato-grossense tem grande importância nas ações de combate ao fogo na planície. Um dos casos mais representativos foi um grande incêndio florestal que ocorreu no ano ado, com origem no estado vizinho. E a atuação rápida da equipe que estava na base da Serra do Amolar impediu um grande desastre ambiental na área.
“Quando a gente diminui o tempo de resposta dos incêndios florestais, diminuímos a área que ele atinge. Em abril de 2024, havia um incêndio que estava vindo do Mato Grosso, e aceleramos a instalação dessa base do Amolar. A guarnição foi atuar junto com o pessoal do outro lado do Mato Grosso, não esperamos chegar ao nosso estado. Mesmo assim, pelas condições atmosféricas, esse incêndio ultraou a margem e atingiu apenas 9 hectares. A gente fez um cálculo e se tivesse que deslocar, com a estrutura do município de Corumbá, que era a referência até então, esse incêndio poderia, num dia, atingir mais de 200 hectares, então a gente preservou essa natureza e a gente pretende preservar ainda mais com as outras bases avançadas”, disse a tenente-coronel.
Toda a estrutura das bases foi organizada para atender áreas específicas e delimitar o tempo de resposta, em situações de incêndios florestais, com agilidade.
“Nós temos uma identificação das chamas com bastante agilidade, especialmente com o uso do sensor remoto e por comunicação com os residentes, que informam a gente praticamente no surgimento do foco. A dificuldade de o às regiões do Pantanal, onde esses focos costumam acontecer, criou o cenário no qual a presença antecipada dos bombeiros permitiu sucesso no controle das chamas num raio aproximado de 25 km desse entorno. E além desse raio, a gente chega muito mais rápido nos locais de incêndio. Nós conseguimos mobilizar nossas equipes entre 3 e 4 horas, e antes demorava 7 a 8 horas de deslocamento”, explicou o subdiretor da DPA (Diretoria de Proteção Ambiental) do Corpo de Bombeiros, major Eduardo Teixeira.
Na Operação Pantanal 2025 serão instaladas onze bases avançadas, com estrutura de alimentação, água potável, geradores, que possibilitam o bombeiro militar atuar com mais eficiência com local para carregar drones e para fazer pequenas manutenções nos equipamentos utilizados.
O posicionamento das equipes no terreno segue estudo da DPA, para estar próximo de regiões onde a ocorrência do fogo é mais comum, e a vegetação é mais sensível.
“As bases também são posicionadas conforme a predominância do vento durante a temporada de incêndios florestais. Temos algumas bases nas margens dos rios São Lourenço e Piquiri para evitar que eventuais incêndios em do Mato Grosso para o Mato Grosso do Sul. E todas são usadas como apoio para as equipes ao longo do Rio Paraguai, no Forte Coimbra. E para combater inclusive os incêndios que vêm da Bolívia”, explicou o major Teixeira.
*Com informações da Comunicação do Governo do MS
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